domingo, 18 de setembro de 2011

Catechesi Tradendae - resumo esquemático

Vaticano II – “O grande catecismo dos tempos modernos” – Paulo VI
O Concílio Vaticano II prescreveu a redação de um « Diretório para a instrução catequética do povo ». (CD 44)
Diretório Geral da Catequese –                         Congr. Clero, Paulo VI -   18/03/71[1]
I Congresso Internacional de Catequese -                                                   25/09/71
Conselho Internacional da Catequese –             Paulo VI -                         1975
Ex. Ap. Evangelii Nuntiandi -                           Paulo VI -                         1976
IV Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos – Paulo VI -                         out/1977
(tema Catequese, sobretudo à crianças e jovens)

Catechesi Tradendae –                              João Paulo II –                  16/10/79
Consolidar os bons frutos do Sínodo, nos aspectos mais atuais e decisivos. Iniciado por João Paulo I.

Catequese: uma das tarefas primordiais da Igreja, segundo a ordem de Cristo de fazer discípulos de todas as nações e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que lhes tinha mandado.

I. NÓS TEMOS UM ÚNICO MESTRE, JESUS CRISTO

 Pôr em comunhão com a Pessoa de Cristo
cristocentrismo de toda a catequese autêntica. a Pessoa de Jesus de Nazaré e «o Mistério de Cristo».
Transmitir a doutrina de Cristo
Os ensinamentos de Jesus Cristo, a Verdade que Ele comunica, ou, mais exactamente, a Verdade que Ele é.
O catequista não há-de procurar inculcar as suas opiniões e opções pessoais
Cristo que ensina
O único «Mestre»
Cristo ensina com toda a sua vida

II. UMA EXPERIÊNCIA TÃO ANTIGA COMO A IGREJA

A Missão dos Apóstolos
A catequese nos tempos apostólicos - O seu múnus de ensinar transmitem-no aos seus sucessores. Cartas, Evangelhos, ensinamento oral, reflectem uma estrutura catequética.
Os Padres da Igreja e a catequese - Bispos e Pastores, consideram como parte importante do seu ministério episcopal proferir instruções ou escrever tratados catequéticos.
A partir dos Concílios e da actividade missionária - O Concílio de Trento deu prioridade à catequese; «Catecismo Romano»
A catequese: direito e dever da Igreja -
Dever: originado numa ordem do Senhor
Direito: todos os baptizados, têm direito a receber da Igreja um ensino e uma formação; direito a procurar a verdade religiosa
Uma tarefa prioritária - consolidação da sua vida interna como comunidade de fiéis
Consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e de energias, sem se poupar a esforços
Responsabilidade comum e diferenciada - toda a Igreja se deve sentir e mostrar responsável.
Renovação contínua e equilibrada - renovação contínua, mesmo em certo alargamento do seu próprio conceito, nos seus métodos, na busca de uma linguagem adaptada e na técnica dos novos meios para a transmissão da mensagem.
repetição rotineira e improvisação inconsiderada são igualmente perigosas

III. A CATEQUESE NA ACTIVIDADE PASTORAL E MISSIONÁRIA DA IGREJA

A catequese: uma fase da evangelização - nunca pode ser dissociada do conjunto das actividades pastorais e missionárias da Igreja.
Catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã.
O primeiro anúncio do Evangelho para suscitar a fé; a apologética; a experiência da vida cristã; a celebração dos Sacramentos; a integração na comunidade eclesial; e o testemunho apostólico e missionário.
Catequese e primeiro anúncio do Evangelho - fazer amadurecer a fé inicial; conhecimento mais aprofundado e sistemático
Finalidade específica da catequese - desenvolver a inteligência do mistério de Cristo
Necessidade de uma catequese sistemática - que se concentre no essencial; ensino suficientemente completo; iniciação cristã integral, vida pessoal, familiar e social ou eclesial
Catequese e experiência vital - Ortopraxis e ortodoxia
Ninguém pode alcançar a verdade integral mediante uma simples experiência privada
Catequese e Sacramentos - É nos Sacramentos que Cristo Jesus age em plenitude na transformação dos homens. Toda a catequese leva necessariamente aos Sacramentos da fé
A autêntica prática dos Sacramentos tem um aspecto catequético
Catequese e comunidade eclesial - a comunidade eclesial, a todos os níveis, tem a responsabilidade de prover à formação dos próprios membros; acolher num meio ambiente em que possam viver o mais plenamente possível aquilo que aprenderam; dar testemunho da sua fé, transmiti-la aos filhos, dá-la a conhecer a outros
Necessidade da catequese no sentido lato, para a maturação e o vigor da fé

IV. TODA A BOA NOVA COLHIDA NA FONTE

O conteúdo da Mensagem - a Boa Nova da Salvação
A fonte - Palavra de Deus, transmitida na Tradição e na Escritura
O Credo: expressão doutrinal privilegiada - síntese da fé da Igreja
Elementos a nunca transcurar - o que de Deus se pode conhecer;
O mistério do Verbo de Deus feito homem, a salvação pela Páscoa, sacramentos da sua presença permanente no meio de nós.
Se torne bem patente este sacramento da presença de Cristo que é o Mistério da Igreja
explicar que a história dos homens, já uma certa prefiguração do mundo que há-de vir
exigências morais e pessoais requeridas pelo Evangelho
Integridade do conteúdo - não mutilada, falsificada ou diminuída. Nenhum catequista autêntico poderia legitimamente fazer, a seu próprio arbítrio, uma selecção no depósito da fé
Servir-se de métodos pedagógicos adaptados
Dimensão ecuménica da catequese
A catequese terá, pois, uma dimensão ecuménica sempre que, sem deixar de ensinar que a plenitude das verdades reveladas e dos meios de salvação instituídos por Cristo que se mantém na Igreja, fizer tal ensino com sincero respeito em palavras e obras
Colaboração ecuménica no domínio da catequese
é por sua natureza limitada: nunca poderá significar uma «redução» a um mínimo comum
Problemas dos manuais que apresentam as diversas religiões
Uma apresentação objectiva dos factos históricos, das várias religiões e das diversas confissões cristãs, poderá contribuir até para melhor compreensão recíproca
esses manuais não poderão, evidentemente, ser considerados como obras catequéticas

V. TODOS PRECISAM DE SER CATEQUIZADOS

A importância das crianças e dos jovens
Na primeira infância - recebem dos pais e do meio ambiente familiar os primeiros elementos da catequese. Simples revelação do Pai celeste, bom e providente.
Início de um diálogo amoroso com esse Deus
Crianças - introduzir as crianças de modo orgânico na vida da Igreja, e a prepará-las para a celebração dos Sacramentos
Adolescentes - levar o adolescente a uma revisão da sua própria vida e ao diálogo
A apresentação de Jesus Cristo como modelo ideal capaz de provocar admiração e arrastar à imitação; resposta aos problemas fundamentais
Jovens - uma catequese que denuncie o egoísmo apelando para a generosidade,
o sentido cristão do trabalho, do bem comum, da justiça e da caridade, promoção da dignidade humana
Adaptação da catequese aos jovens - traduzir, com paciência e sabedoria, a mensagem de Jesus, sem a trair
Deficientes - têm direito, como quaisquer outros da sua idade, a conhecer o «mistério da fé»
Jovens religiosamente sem apoio
Adultos - a fé destes, portanto, tem de ser continuamente esclarecida, estimulada e renovada, a fim de impregnar as realidades temporais desse mundo por que eles são os responsáveis.
Quase catecúmenos - nascidos e educados em regiões ainda não cristianizadas; se afastaram de toda a prática religiosa; nunca foram educados na sua fé
Catequeses diversificadas e complementares

VI. ALGUMAS VIAS E MEIOS PARA A CATEQUESE

Meios de comunicação social - conjugar bem uma expressão estética de valor com uma rigorosa fidelidade ao Magistério
Múltiplos lugares, movimentos ou reuniões a valorizar - movimentos de grande alcance; peregrinações; missões tradicionais; círculos bíblicos; comunidades eclesiais de base; agrupamentos de jovens;
A homilia - pedagogia da fé tem a sua fonte e o seu complemento final na Eucaristia
Livros catequéticos - que sejam adaptados à vida concreta da geração a que são destinados
sejam a expressão de toda a mensagem de Cristo e da sua Igreja

VII. COMO DAR A CATEQUESE

Diversidade dos métodos
Ao serviço da Revelação e da conversão - a Revelação tal como a transmite o Magistério universal da Igreja, na sua forma solene ou ordinária.
Encarnação da mensagem nas culturas - por um lado, a Mensagem evangélica não é isolável pura e simplesmente da cultura em que primeiramente se inseriu;
por outro lado, a força do Evangelho por toda a parte é transformadora e regeneradora
Contribuição das devoções populares - sua base deva ser purificada, ou mesmo rectificada, sob muitos aspectos; se bem utilizados, poderiam perfeitamente servir para fazer progredir e aperfeiçoar o conhecimento do mistério de Cristo ou da sua mensagem
Memorização - O essencial é que os textos memorizados sejam também interiorizados, compreendidos pouco a pouco na sua profundidade

VIII. A ALEGRIA DA FÉ NUM MUNDO DIFÍCIL

Afirmar a identidade cristã
Num mundo indiferente
Com a pedagogia original da fé - trata-se de comunicar na sua integridade a Revelação de Deus
Linguagem adaptada ao serviço do Credo
Investigação e certeza da fé - a fé é firme fundamento daquilo que se espera e demonstração de realidades que não se vêem
Catequese e teologia - os teólogos e exegetas têm o dever de estar muito atentos para procederem de tal maneira que não se tomem como verdades certas aquelas coisas que ainda são questões de opinião ou de disputa entre peritos
não perturbarem o espírito das crianças e dos jovens, nesta fase da sua catequese, com teorias peregrinas, vãos problemas ou discussões estéreis

IX. A TAREFA DIZ RESPEITO A TODOS NÓS

Encorajamento a todos os responsáveis
Bispos
Sacerdotes
Religiosos e Religiosas
Catequistas leigos
Na paróquia - lugar privilegiado da catequese
Na família - testemunho de vida cristã muitas vezes silencioso
Na escola
Nas associações e movimentos
Institutos de formação

CONCLUSÃO

O Espírito Santo, Mestre interior - Ele ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que eu vos disse.
«Quando vier o Espírito da Verdade, ele guiar-vos-á por toda a verdade..., e anunciar-vos-á as coisas vindouras».
A Igreja, ao realizar a sua missão de catequizar deve estar bem consciente de agir como instrumento vivo e dócil do Espírito Santo.
A «renovação no Espírito», efectivamente, será autêntica e terá na Igreja verdadeira fecundidade, não tanto na medida em que ela suscitar carismas extraordinários, mas na medida em que levar o maior número de fiéis, pelos caminhos da vida de todos os dias, ao esforço humilde, paciente e perseverante de conhecerem cada vez melhor o mistério de Cristo e darem testemunho dele.
Maria, mãe e modelo do discípulo - Viu o seu Filho Jesus crescer «em sabedoria, em estatura e em graça»


[1] A nova redação do Diretório Geral para a Catequese (1997) teve que balancear duas exigências principais: de um lado, a contextualização da catequese na evangelização, postulada pelas Exortações Evangelii Nuntiandi e Catechesi Tradendae; por outro lado, a assunção dos conteúdos da fé propostos pelo Catecismo da Igreja Católica.

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